– As árvores, meu filho,
não têm alma!
E esta árvore me serve de
empecilho …
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice
calma!
– Meu pai, por que sua ira não se
acalma?!
Não vê que em tudo existe o
mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros … no
junquilho …
Esta árvore, meu pai, possui
minh’alma …
– Disse – e ajoelhou-se, numa
rogativa:
“Não mate a árvore, pai, para que
Eu viva!”
E quando a árvore, olhando a
pátria serra,
Caiu aos golpes do machado
bronco,
O moço triste se abraçou com o
tronco
E nunca mais se levantou da terra!
(Poesia de Augusto dos Anjos e música de João Bosco Marinho)