Adeus Velho Sabugi

Adeus meu sertão querido
Hoje mesmo vou partir
Com o coração ferido
Venho aqui me despedir
Do meu velho Sabugi
Adeus terrinha sagrada
Bela, santa, imaculada
Vou botar os pés na estrada
Em busca de outra morada – bis
Adeus minha namorada.

Com os olhos rasos d’água
Vou deixando a minha amada
No coração levo mágoa
Vendo as plantas castigadas
Vendo as plantas castigadas
Por falta de uma invernada.

Adeus cavalo alazão
Adeus vaquinha leiteira
Adeus sublime torrão
Adeus minha padroeira
Adeus minha padroeira
Minha santa devoção
Adeus canções de serenata
Adeus festa de São João
Adeus luar cor de prata
Adeus mãe, adeus irmãos.

Digo adeus aos camaradas
Às conversas nas calçadas
Aos passeios lá na praça
Das moças cheias de graça
Das moças cheias de graça
Namorando lá na praça.

Adeus ao aboio do vaqueiro
Nas quebradas do sertão
Que a boiada não resiste
Ao canto sonoro e triste
Da canção do boiadeiro
Adeus barreiro, adeus açude
Adeus cacimba de beber
Que Deus do céu me ajude
Que volte logo a chover
Que volte logo a chover
Para o mato florescer.

Quando o inverno chegar
Espero breve voltar.
Pois não vou me acostumar
A viver longe do meu lugar
E voltarei prá ser feliz
Na cidade onde nasci
No vale do Sabugi.

Adeus meu sertão querido …