SINÓPSE
(Primeira Orelha)
A elaboração de máximas e pensamentos pertence a urna categoria literária muito restrita, embora não sejam poucos os que se valem desse rico veio idealizado para sintetizar o que se pensa a respeito de determinada pessoa ou situação. Essa predileção pela síntese imortalizou pensadores, filósofos e escritores que, mesmo no estreito nicho de suas produções, continuam sendo buscados corno esteios para reforçar idéias, teses e elucubrações as mais diversas.
Foi o gosto pelos clássicos e pelos proeminentes personagens da história antiga que levou o médico Joao Bosco Marinho a se interessar, primeiro, pelas suas vidas e obras, depois para elaborar, ele mesmo, suas versões sobre pessoas e suas atitudes perante a vida e seus desdobramentos. Começou despretensiosamente, anotando suas reflexões em pedaços de papel e, mais tarde, transpô-las para cadernos que deram origem ao primeiro livro, “As Máximas do Marques de Sabugi”, editado em 1997.
A primeira obra era para ser a ultima, mas urna vez picado pela sedução do pensamento conciso e fluente, não conseguiu parar mais.
APRESENTAÇÃO
O menino inteligente, aplicado, mas peralta, que dominava as ruas e praças de Santa Luzia, nas Paraíbas, bem la no Vale do Sabugi, jamais esqueceu seu berço. Basta ter urna folga no trabalho e nos compromissos, la esta o hoje conceituado médico brasiliense Joao Bosco Marinho de volta às suas origens.
O tempo passou, o garoto foi para a capital, estudou, formou-se em medicina e se mudou para Brasilia com o fim de especializar-se e exercer a profissão. Na Capital da Republica exerce com competência e seriedade o oficio, onde construiu um solido patrimônio morale econômico. Casou-se, criou seus três filhos, formou-os, realizando-se plenamente corno ser humano e corno médico.
Com o passar dos anos, tornou-se fértil escritor – este é seu terceiro livro – deslizando a sua pena fácil pelas paginas brancas de suas cadernetas, produzindo urna obra da melhor qualidade.
Foi numa de suas visitas à sua terra, que ouviu de urna velha senhora que trabalhara para a familia, ao reencontra-lo ja de cabelos e barba embranquecidos: -Doutor, o senhor esta parecendo um marquês! Marquês de Sabugi! Pronto, ai estava o titulo que procurava para seu primeiro livro. E para os que o sucederam.
O médico, o marido, o pai, o escritor resolveu assumir de vez a sua nobreza, auto-intitulando-se MARQUÊS DE SABUGI (assim mesmo com “g’: em memória da ortografia da época).
Dando asas à sua inesgotável imaginação, começou a colocar no papel o que lhe vinha à cabeça, em curtas frases: Eram os seus “pensamentos”tornando forma. Foi anotando-os em sua caderneta, à mão, que forjou o primeiro livro MÁXIMAS DO MARQUES DE SABUGI, editado .1997.
Como se costuma dizer nos meios literários, coçar, trair e escrever é só começar. O Marquês de Sabugi nos brinda agora com mais uma obra, a terceira, na qual verte sua reflexões sobre a vida, o passado, o presente e o futuro, sempre carregados de ironia e, por que não, de uma boa dose de humor negro.
O que ele diz das mulheres, valha-me Deus! Mas, sabendo-se da admiração e respeito por elas, vê-se que é tudo da boca pra fora. As vezes ele é inclemente com aqueles que não percorrem as mesmas trilhas que o senso comum indica, mas, nas entrelinhas, podemos captar um imenso desejo de que as coisas andem nos eixos. Mas isso tudo são efeitos colaterais de seus pensamentos maiores.
Este seu novo livro é urna exposição publica de sua alma, onde vicejam suas idéias, suas coerências e suas incoerências, mas sempre descritas de urna maneira gostosa de ler, instigante de se pensar e reflete de maneira insofismável a sua retidão de caráter, sua visão perspicaz de nossos tempos.
Suas criticas incidem, de maneira maior, sobre os desmandos, o inconcebível descomprometimento das autoridades constituídas com nosso pais e nosso povo; a impunidade e impunibilidade dos criminosos maiores, esta caótica situação que resvala perigosamente para a total perda de integridade e de caráter que a cidadania imprescinde. É um livro para se ler deliciando, mas, ao mesmo tempo, apto à reflexão, ao chamamento à responsabilidade.
O amigo Dr. Bosco, nordestino arretado, contador de histórias, poeta, violeiro, cantador, compositor, letrista e profícuo escritor, usando as horas de folga que lhe permite a medicina, nos brinda mais urna vez com um livro da mais alta categoria – na forma e no conteúdo – para nosso gáudio e para que sejamos levados ao raciocínio crítico das coisas do mundo.
É um livro para ler e pensar.
NOTAS
(Segunda Orelha)
E foi assim, entre um cliente e outro, entre uma observação e outra, que chega agora ao seu terceiro livro, que representa um aprofundamento das reflexões sobre os fatos principais da vida, corno o amor, o nascimento, a felicidade e seus contrapontos. Joao Bosco Marinho nasceu em Santa Luzia, no sertão paraibano, em 1939. Terceiro de sete irmãos, desde cedo revelou inclinações para os estudos e a lógica – nem sempre disciplinadamente -, o que levou sua familia a não medir esforços para manda-lo estudar medicina em Joao Pessoa, onde se graduou em 1969 e veio em seguida para Brasilia, a fim de fazer especialização em Alergia e Imunologia no Hospital de Base.
Trabalhou no Hospital das Forças Armadas e na Clínica São Traz até fazer concurso para o então Hospital dos Servidores da União, hoje Hospital Universitário de Brasilia, onde implantou o serviço de alergia e o dirigiu por mais de duas décadas. Por se tratar de urna especialidade nova, a Alergia era o porto onde desembocava a maioria das dúvidas médicas e os diagnósticos inconclusivos, o que, por si só, dá a dimensão do grande trabalho que leve pela frente. Foi a essa época que abriu, com outros dois colegas, a segunda clinica particular de Alergia da cidade e que se mantém em atividade até hoje e onde continua a trabalhar, apesar dos cabelos completamente brancos. Afinal, a experiência, como diz o Marquês de Sabugi, “é a conselheira de toda sabedoria’.
PREFÁCIO
Em todas as épocas houve criaturas que devotaram suas vidas à criação de pensamentos e reflexões sobre a vida, a morte, o amor, o ódio e demais sentimentos que as pessoas nutrem umas pelas outras, entremeados pelos eventos do cotidiano.
O presente livro representa uma sequencia aos que o antecederam, impulsionado por pensamentos criativos, garimpados nos fatos comuns e nas emoções que o dia-a-dia oferece ao observador capaz de perceber as sutilezas dos acontecimentos e extrair deles a essência significativa.
Como disse José Américo, “Voltar é uma forma de renascer”. Cá estou de volta com um novo livro, que dedico aos queridos familiares e a um punhado de amigos que me deram a honra de se ocuparem com sua leitura, observações e sugestões, sempre muito uteis. Assim, o Marquês de Sabugi foi ressuscitado mais urna vez para expressar, sem autocensura, pensamentos e reflexões apurados ou toscos, perfeitos e imperfeitos, contraditórios, às vezes estapafúrdios ou mesmo incompreensíveis, e alguns plenos de humor.
Fazer um livro de citações não é tarefa fácil. Como o mundo é cheio de seres pensantes, alguém pode ter pensamento semelhante ou mesmo idêntico, dependendo das circunstâncias e de sua formação intelectual. Dai a advertência do Marques: “Pessoas inteligentes, em épocas diferentes, dizem coisas semelhantes”.
Com este novo livro, estou lhes passando às mãos o que de melhor pude fazer, ou seja, demonstrar o que o cotidiano pode oferecer de mais sério, irônico, divertido ou até mesmo sinistro. Joao Bosco Marinho -Marques de Sabugi.
Do trabalho, da organização e da inteligência a vitória nunca conseguirá se esconder. ― O autor